____________________________________________
São Paulo, 9 de março de 2015
2a Edição
O Minhocão virou “parque”. Mas só nos dias e horários proibidos para carros.
Com o decreto publicado hoje, o elevado passa a ter direito a segurança, iluminação, limpeza, e serviços de manutenção.
O novo “parque” de São Paulo foi apontado como das obras arquitetônicas mais feia do mundo!
Mesmo assim, o Minhocão virou hoje, oficialmente, área de lazer.
O monstrengo de ferro e concreto que desvalorizou imóveis de pelo menos sete bairros, agora terá estrutura de governança e policiamento.
O decreto foi assinado hoje pelo Prefeito Fernando Haddad
Fernando Haddad: “Nós não queremos expulsar ninguém do ambiente. Tem muita gente que mora ali. Então qualquer decisão que seja tomada, tem que pensar antes de tudo nos efeitos sociais que ele vai criar”.
Por trás desse ato tem uma grande discussão: o que fazer com o Minhocão?
O Plano Diretor aprovado em 2014 diz que a cidade terá que desativá-lo para os carros nos próximos treze anos.
E entre as alternativas estão derrubar o Minhocão
ou transformá-lo num “parque”.
Pedra no sapato de muitos prefeitos, o Minhocão (…)
O representante do grupo que quer a demolição do elevado criticou o decreto.
Francisco G. Machado: “Não adianta ter parquinho em cima se embaixo a estrutura continua degradada, o comércio degradado e os moradores sendo agredidos na sua saúde e na sua privacidade”.
* * *
Nota da Redação: com efeito, o Minhocão, elevado construído passando no meio e a poucos metros de prédios residenciais, sem nenhum estudo de impactos ambientais, há quarenta e cinco anos degradou toda esta importante área central da cidade de São Paulo, gerando sérios problemas de saúde e segurança.
Quando em várias cidades do mundo se eliminam viadutos – instrumento que apenas transfere um problema vário de um lugar para outro – e no Rio de Janeiro se admira a bela, moderna e arborizada avenida construída no lugar da Perimetral (que era o Minhocão local), em São Paulo o Sr. Prefeito Fernando Haddad, que pensávamos estar antenado com visão moderna, futurista e progressista da terceira maior metrópole do mundo, que é São Paulo, inexplicavelmente e de modo arbitrário resolveu com uma canetada preservar a estrutura velha e decrépita do Minhocão e andar para trás em relação ao futuro e ao progresso.
Assinou lamentável decreto que vai na linha da perpetuação do monstrengo urbanístico, a revelia da vontade dos milhares de moradores-eleitores, para satisfazer anseios de pessoas que inclusive não residem na área, a começar pelo vereador Police Neto, autor do pl que quer impor “parque” neste local inapropriado, e que foi considerado “atentatório a saúde e segurança pública”.
Lamentável também foi o incidente ocorrido ontem na recepção da Prefeitura, quando ali compareceram para participar da solenidade, os seguintes líderes comunitários locais: a Sra. Yara Góes, Presidente da Ação Local Amaral Gurgel, Sr. Artur Monteiro, Diretor de Assuntos Sociais e Comunitários do CONSEG República/Bela Vista e Conselheiro Participativo Municipal-Centro e o Sr. Francisco Gomes Machado, Diretor de Assuntos Sociais e Comunitários do CONSEG Santa Cecília, Barra Funda, Higienópolis e Campos Elíseos.
Inexplicavelmente e diante das atônitas pessoas que passavam pela recepção, o Prefeito Sr. Fernando Haddad, em ato nada democrático, discriminou as mencionadas lideranças comunitárias e moradores, barrando sua entrada e impedindo a participação no evento em que estavam concernidos.
É mister lembrar que no dia 19 de janeiro de 2016, foi Protocolado Ofício para o Prefeito Haddad, no qual os CONSEGs – Conselho de Segurança – da Consolação, República, Perdizes, Pacaembu, Bela Vista, Santa Cecília, Higienópolis, Barra Funda e Campos Elíseos, expõe ponderadas e fundamentadas razões de agressão a segurança e saúde dos milhares de moradores e se manifestam assim contrários a ideia de “parque” no Minhocão.
Qual foi a resposta do Prefeito Haddad?
Chamou os signatários para dialogar?
Sua resposta foi a assinatura do decreto arbitrário e contrário aos interesses dos moradores e progresso da nossa cidade.
A ideia de “parque” só agravará ainda mais os problemas como por exemplo, a advertência feita pelo Superintendente da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego – Dr. Ronaldo Tonobohn que expondo em Audiência Pública na Câmara dos Vereadores – estando presente o autor do pretendido “parque” sobre o Minhocão, Police Neto – afirmou que o mencionado elevado constitui na parte debaixo, uma como que “caixa fechada”.
Mantendo a estrutura – disse ele – e eliminando os carros da parte de cima, os mesmos se amontoarão na parte debaixo, aumentando ainda mais a alta concentração de poluentes como o monóxido de carbono – cancerígeno – que as pistas do Minhocão impedem a dispersão pela atmosfera.
Apesar das ponderadas e fundamentadas razões expostas no Ofício dos CONSEGs ao Sr. Prefeito Haddad, este além de não se dignar a respondê-lo e/ou chamar as lideranças comunitárias signatárias do mesmo para um diálogo, resolveu com uma canetada optar pela solução errada, arbitrária e discriminatória.
A declaração do Prefeito Haddad ao SPTV de que “não queremos expulsar ninguém do ambiente. Tem muita gente que mora ali (…) qualquer decisão que seja tomada, tem que pensar antes de tudo nos efeitos sociais que ele vai criar” não chega as raias do deboche em relação aos milhares de moradores e lideranças comunitárias? Está tão preocupado com estes munícipes, que assina decreto contrário aos mesmos? Estamos perplexos!
Lideranças comunitárias e moradores já foram cordialmente recebidos pela SubPrefeita, Nádia Campeão, pelo Subprefeito-Sé, Sr. Alcides Amazonas, por secretariado da Infraestrutura e Obras, quando expuseram tecnicamente o projeto do desmonte do Minhocão, obra limpa e que se auto paga, onde quase tudo é reaproveitado, gerando renda para a Prefeitura, resolve este problema gravíssimo, reurbaniza a área, revitalizando o comércio, gerando mais receitas para a Prefeitura, com maior arrecadação de impostos etc.
Todos se manifestaram a favor da eliminação desta cicatriz urbanística no rosto da cidade de São Paulo. E o Prefeito Haddad opta por ir na direção contrária de seus colaboradores mais próximos, e aos interesses dos moradores, da população e do progresso da cidade e assina decreto para na prática perpetuar a estrutura detonada e decrépita do Minhocão? Não é para se ficar perplexo?
Sancionar este nome “parque” Minhocão, não induzirá as pessoas incautas a acharem normal usarem uma área construída para viário, a oito metros de altura e “sem as mínimas condições de segurança”, conforme o Laudo do Corpo de Bombeiros?
A propósito do uso do Minhocão por pessoas, Dr. Mário Augusto Vicente Malaquias, Promotor de Justiça, Urbanismo e Habitação adverte: “o Elevado Costa e Silva coloca em risco a vida dos interessados, devido a falta de segurança e a aglomeração de pessoas no local conforme foi divulgado na vistoria já realizado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, por ocasião do evento “Virada Cultural”, apurou, o elevado oferece risco à vida (…) de um número indeterminado de pessoas; poderá infringir o disposto no artigo 132 do Código Penal – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente” (…)
No seu açodamento em atender interesses que não são das entidades representativas locais e dos milhares de moradores, o Prefeito Haddad, não ouve a comunidade, impede a participação popular no mencionado evento e de modo arbitrário assina decreto contra os mesmos e o desenvolvimento e progresso de nossa cidade.
Não é lamentável?
_______________________________________________
Dia a Dia
São Paulo, 10 de março de 2016
Minhocão vira parque e
ganhará rondas da GCM
(…) CONTRÁRIO – Já o diretor do Movimento Desmonte Minhocão, Francisco Machado, afirmou que a criação do “parque” representa um retrocesso.
Ele defende a demolição da estrutura. “Não queremos “parque” em horário nenhum. Nada foi discutido com a comunidade”, afirmou. Não há diálogo com a Prefeitura”, disse.
Em nota, a Prefeitura afirmou que “a solenidade de promulgação da lei, ontem, era fechada à imprensa“. Felipe Sansone
* * *
Nota da Redação do MDM: estavam presentes na mencionada solenidade, os vereadores Police Neto e N. Bonduki, bem como membros da associação “parque” minhocão, alguns dos quais nem são moradores da área. Ora, não consta que estas pessoas sejam da imprensa.
Assim, a Prefeitura ao tentar explicar o inexplicável do porque o Prefeito discriminou e barrou a participação das lideranças comunitárias e moradores no evento, faz afirmação que não condiz com a realidade.
Não é lamentável?
____________________________________________
Curti(0)Não Curti(0)