10/3/2017
Possível restrição para pedestres
acirra polêmica sobre futuro do Minhocão
A proposta da prefeitura atende a um pedido do MP, que abriu inquérito
sobre o uso do espaço em abril de 2016. De acordo com o promotor do caso,
César Martins, na época foi determinado que não se realizasse eventos no
Minhocão, o que foi atendido pela prefeitura. No entanto, após conclusão
desse pedido, o MP continuou os trabalhos de apuração sobre o uso do
espaço.
— Veio a notícia de um fato que não era objeto da representação que era o
comportamento espontâneo para lazer e esporte e passamos a discutir com a
Prefeitura o estabelecimento de regras porque o Minhocão é um local
perigosos, são 8 metros de altura, não temos guarda corpo, as saídas são a
cada um quilômetro. Em função disso, estabeleci alguns parâmetros para que
a Prefeitura apresentasse regras de uso. (…)
“O minhocão é um problema estrutural. Não existe opção”, Francisco Machado Diretor de Imprensa do MDM (Movimento Desmonte Minhocão)
“O minhocão foi construído no século passado, considerado por urbanistas
e arquitetos uma aberração urbanística porque ele é um viaduto construído no
meio de prédios residenciais. Foi imposto à população na época da ditadura,
sem estudos de impactos ambientais e causa problemas de saúde e de
segurança. O minhocão é um problema estrutural. Não existe opção.
Segundo a CET, passam diariamente cerca de 70 mil veículos por lá.
Temos 70 mil veículos ejetando monóxido de carbono, altamente cancerígeno.
Temos a degradação na parte de baixo. Quem passa embaixo, ônibus, carros,
caminhões, ejetam também gases tóxicos altamente nocivos e eles sobem,
mas não se dispersam por causa dos 17 metros de largura das pistas do
Minhocão. Corresponde a uma tampa de panela de pressão. Esses gases vão
sair e invadir os comércios, os restaurantes, os apartamentos. Além disso
temos a poluição sonora.
Por outro lado, é um problema de segurança pública. Quando fecha para
os carros, sobem pessoas lá para cima, fica uma área ao deus-dará, uma
zona abandonada, sem policiamento nem nada. Alguns vão só se exercitar,
mas há pessoas mal-intencionadas que jogam pedras nos apartamentos,
ficam espionando pessoas nos apartamentos, algumas até fotografam. A
pessoa não tem mais a privacidade.
Residem 230 mil pessoas ao longo do Minhocão e essas pessoas são
todas vítimas do Minhocão.
O Minhocão não tem alternativa. Ele precisa ser desmontado por ser um
problema de saúde pública e segurança. Isso seria o ideal. As medidas [de
limitação de uso por pedestre] foram bem vistas, mas não é o ideal.
O Minhocão foi construído para passar carro e não para ser parque e nem
nada. Ele teve uma finalidade especifica. Não somos contra nenhum evento,
mas queremos que sejam realizados com segurança.
Tudo depende de uma pessoa e essa pessoa se chama João Doria. Se ele
quiser marcar a gestão dele com uma obra história, depende exclusivamente
dele. Para a cidade ser linda, precisa tirar a feiura. E a feiura está no
Minhocão.