EM REPORTAGEM, JOVENS UNIVERSITÁRIOS DE TURISMO QUALIFICAM O MINHOCÃO COMO “TRAGÉDIA AMBIENTAL E SOCIAL”

EM REPORTAGEM, JOVENS UNIVERSITÁRIOS DE TURISMO

QUALIFICAM O MINHOCÃO COMO “TRAGÉDIA AMBIENTAL E SOCIAL

Olhar São Paulo: Você já viu?

Quem Somos:

          Esse blog foi criado pela Professora Joana que ministra aulas na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC SP), um projeto da disciplina Relações Públicas do curso Gestão de Turismo, que visa mostrar o que São Paulo tem de melhor, entender o que é São Paulo, onde está a história e a verdadeira cultura daqui. O objetivo é mostrar a cidade que todos conhecem só que olhando por outros olhos!

          Quem escreve: os alunos do 3º Semestre de Gestão de Turismo, Fatec SP.

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Revista Espaço Urbano

Reportagem Especial – 3/2018

MINHOCÃO: A POLÊMICA VIVA

          Localizado no centro da cidade de São Paulo, abraçado por vários bairros do Distrito de Santa Cecília (Vila Buarque, Santa Cecília, Campos Elísios e Barra Funda), o Minhocão traz impactos urbanos e polêmicas desde seu projeto inicial. Importante via de ligação entre as zonas Leste e Oeste, o único consenso é que ele precisa ser desativado. Venha conosco…

Demolir ou virar parque, eis a questão

Opiniões divergentes apostam em soluções opostas

para o futuro do mais famoso viaduto de São Paulo: o Minhocão.

       por Helen Alvalá

       Larissa Roschini

       Veruska Wilke

       Victoria Aquino

       De São Paulo

          Localizado no centro da cidade de São Paulo e abraçado por vários bairros do Distrito de Santa Cecília (Vila Buarque, Santa Cecília, Campos Elíseos e Barra Funda), o Minhocão foi projetado em 1968 pelo arquiteto Luiz Carlos Gomes Cardim Sangiradi, do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, que via nele a solução para o trânsito difícil da avenida São João.

          Construído em apenas 14 meses pelo então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, nomeado pela ditadura militar, a obra foi entregue à população em 25 de janeiro de 1971, dia do aniversário da cidade.

Fonte: Projeto Interdisciplinar FATEC/2017 Minhocão Espaço e Lazer

          Inaugurado como Elevado Presidente Costa e Silva, teve seu nome alterado para Presidente João Goulart durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (2013-2016). Porém, popularmente sempre foi conhecido como Minhocão, apelido que recebeu devido à atmosfera que provoca na área que fica embaixo da estrutura elevada, uma zona de sombra, em que térreos e primeiros andares dos edifícios vizinhos se perdem num longo subsolo. Daí, vem a evocação de um ser subterrâneo (minhoca) para denominá-lo, conforme descrito por Rosa Artigas em seu livro Caminhos do Elevado – Memórias e Projetos, lançado em 2008.

          Como óbvia consequência, atrás de sua construção vieram: o impacto ambiental imediato com seus fatores degradantes como ruído elevado e acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), poluição do ar e visual, barreira visual com a inevitável queda na qualidade de vida dos moradores do seu entorno.

          Houve desvalorização dos imóveis, queda nos valores de aluguéis, desocupação em massa de edifícios por anos. 

70 mil

Carros por dia

          Na parte de baixo da via elevada, a cidade foi ocultada e degradada, privada de iluminação e sufocada pela poluição dos ônibus que ali transitam. As áreas de comércio se popularizaram, muitos fecharam e as calçadas passaram a ser usadas como moradia por sem teto, situação que se mantém até os dias atuais em muitos pontos.

          Implantado como alternativa viária e importante artéria de ligação Leste-Oeste é inegável que ele se encontra em uma posição estratégica da cidade devido à proximidade do centro, da região da Avenida Paulista e de outros bairros valorizados. Porém o preço pago foi a degradação e deterioração de toda a região que um dia foi conhecida como “Centro Novo de São Paulo” por suas lojas chiques e agitada vida cultural com cinemas, teatros e restaurantes.

          Diante de tal tragédia ambiental e social, muito se tem discutido sobre o que fazer com esta estrutura de cimento armado de aproximadamente 3,4 km de extensão, 16,70 m de largura na pista de rolamento e erguida numa altura de 5 a 8 metros a partir do nível da avenida São João.

Polêmicas – Antes e depois

          O Minhocão sempre foi cercado de polêmicas. A sua real necessidade já era discutida por muitos especialistas e parte da imprensa na época, antes mesmo da sua inauguração, conforme reportagens do jornal O Estado de São Paulo, “Elevado, o triste futuro da avenida” de 01/dez/1970 e “Quem diz que o Minhocão é útil?”, de 23/jan/1971.

          Ambos os textos já previam as consequências ambientais e sociais da sua construção. Nem mesmo as propostas apresentadas para o futuro da gigantesca estrutura de concreto unem aqueles que sofrem as consequências da sua criação. O único consenso existente é que ele foi um equívoco.

          Atualmente além da população, urbanistas e poder público existem duas entidades que discutem o futuro do Elevado e defendem ideias diametralmente opostas: Movimento Desmonte Minhocão e Associação Parque Minhocão.

Movimento Desmonte Minhocão-MDM[1]

[1] Fontes: Site MOVIMENTO DESMONTE MINHOCÃO  

Entrevista com Francisco Machado em 02/04/2018.

          “O MDM é um movimento de voluntários, pacífico, sem fins lucrativos, sem filiação político-partidário”, constituído por moradores e lideranças locais que, com exíguos recursos particulares, tem desenvolvido “campanhas de esclarecimento e conscientização”, segundo seu presidente, Francisco Machado, morador da região há 20 anos, no sentido de obter das autoridades o desmonte do Elevado.

          Como exemplo, se baseiam na ex-Perimetral no Rio de Janeiro, onde foi feito um trabalho de demolição e revitalização. O MDM deseja o mesmo para os 3.400 metros de extensão do Minhocão, como diz Machado: “Queremos o Desmonte do Minhocão, sim. E a reurbanização, requalificação da área, resgatando essa importante área central, fazendo belo e turístico parque/Boulevard”.

          Na opinião dos integrantes do movimento, hoje fala-se muito em copiar o High Line de New York, o que não seria viável, pois, além de um alto custo, girando em torno de 240 milhões de dólares gastos por lá, sua largura é muito menor que a do Minhocão, o que encareceria ainda mais a obra brasileira.

          Segundo Machado, “a moderna tendência mundial é a eliminação de viadutos, que constitui um paliativo, que transpõe de um lugar para outro congestionamento, sem resolver o problema viário” e “a manutenção dessa decrépita estrutura do século passado, querendo fazer parque sobre asfalto e concreto, só gera problemas e custos para a Prefeitura e constitui um RETROCESSO ante a visão moderna, adotada em grandes cidades do mundo”, completa ele.

Fonte: Jornal Diário de São Paulo – 18/07/2015.

Charge reflete o espírito de quem deseja o desmonte

          Na visão dos integrantes do movimento, é urgente o desmonte da estrutura em sua totalidade, pois é um problema de saúde pública, uma vez que os moradores dos térreos e dos primeiros andares dos edifícios ao lado continuariam expostos ao monóxido de carbono (um gás cancerígeno) ejetados de carros, ônibus e caminhões que transitam pelas avenidas abaixo do viaduto.

          Sem contar com a falta de privacidade e tranquilidade que um parque na via traria para os apartamentos dos edifícios que se situam ao lado dele, cujas janelas se encontram a apenas 5 metros de distância do elevado.

          Os integrantes do movimento se apoiam ainda, em declarações de órgãos oficiais, como a do coronel Reinaldo Zychan de Moraes, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, em entrevista ao jornal Diário de São Paulo, em 29 de julho de 2015, onde diz: “o Minhocão não foi projetado para eventos com pessoas em cima, pois existe uma série de obstáculos intransponíveis. É totalmente fora das normas técnicas”, quando perguntado sobre a possibilidade de evacuação do público em caso de problemas durante eventos e shows. (…)

http://olharspturismo.blogspot.com/

http://olharspturismo.blogspot.com/2018/06/minhocao-polemica-viva-localizado-no_13.html

https://www.minhocao.net.br/

https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao/

[email protected]

NR: cumpre esclarecer que

1º) o Elevado João Goulart tem 2 kms e 800 metros.

2º) O Coronel PM Reinaldo Zychan de Moraes era o Comandante do Policiamento da Capital.

3º) Francisco Machado é Diretor de Imprensa do MDM – Movimento Desmonte Minhocão.

 

 


  

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