Editorial – 3 de março de 2019
NR: O Estado de São Paulo, em sua edição de domingo, 3/3/2019, publicou Editorial intitulado “Brincando com a cidade”.
Nele, o jornal expressa o pensamento geral de reprovação da opinião pública, a respeito da iniciativa da Prefeitura em querer gastar U$ 10 milhões de dólares (R$ 38 milhões de reais), para fazer parque sobre a estrutura a 8 metros de altura do Elevado João Goulart, Minhocão.
“O prefeito Bruno Covas resolveu acrescentar mais um capítulo – e infeliz – à longa novela do Minhocão, que se arrasta há 48 anos, desde que essa via elevada de 3,4 quilômetros de extensão, a maior parte entre prédios residenciais, foi inaugurada pelo prefeito Paulo Maluf. O Minhocão logo se revelou um problema complicado, (…) qualificado de monstrengo por urbanistas e arquitetos.” (…)
No momento que os paulistanos lêem perplexos os anúncios de que
1) “Covas corta gastos com saúde, assistência social e coleta de lixo em SP” – https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/covas-corta-gastos-com-saude-assistencia-social-e-coleta-de-lixo-em-sp.shtml
2) ou “Gestão Covas prevê redução de gastos com manutenção de escolas e de creches” – https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/12/gestao-covas-preve-reducao-de-gastos-com-manutencao-de-escolas-e-de-creches.shtml
3) ou “Covas fecha bases 24h do Samu e põe ambulâncias em unidades que só abrem de dia” https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2019/03/covas-fecha-bases-24h-do-samu-e-poe-ambulancias-em-unidades-que-so-abrem-de-dia
Será prioritário, razoável, humano, querer gastar U$ 10 milhões de dólares (R$ 38 milhões de reais), em lazer, brincando de parque em cima do Minhocão?
A saúde, segurança, educação etc, não são direitos constitucionais do munícipe, anteriores ao mero lazer?
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Fórum dos Leitores
O Estado de S.Paulo
05 de março de 2019
Brincando de parque
Oportuno o editorial Brincando com a cidade (3/3, A3).
Firma especializada apresentou o Projeto Desmonte Minhocão.
Prazo: seis meses. Obra limpa e sustentável.
Valor: R$ 30 milhões pelo desmonte total dos 2,8 km do elevado.
Cada uma de suas 900 vigas, reaproveitáveis, custa R$ 80 mil. Logo, a obra se autopaga e sobra dinheiro para parque/boulevard no chão.
A Prefeitura fala em R$ 38 milhões para fazer apenas 900 metros de “parque” no Minhocão. Quanto ficará o total?
Na gestão Doria, o mesmo projeto Lerner foi apresentado ao custo de R$ 400 milhões; agora fazem repeteco e, num passe de mágica, diminuem o valor, falam em só R$ 38 milhões.
É razoável brincar de parque torrando R$ 38 milhões de dinheiro público?
O problema do Minhocão é estrutural.
Só o desmonte resolverá os graves problemas de segurança, saúde, invasão de privacidade e incômodo insuportável que o elevado causa a 230 mil moradores e comerciantes.
E ainda se ganhariam oito metros de largura para o trânsito com a eliminação das pilastras de sustentação.
Parque é no chão, com árvores frondosas, jardins, chafarizes, flores, muito verde. E não a oito metros de altura, em cima de uma laje velha, de 48 anos, sem manutenção.
Laudo técnico do Sindicato de Arquitetura e Engenharia sobre o deplorável estado em que se encontra a estrutura foi apresentado à Prefeitura em abril de 2017.
Estaremos diante de uma nova tragédia anunciada?
E de que adianta ter pessoas se divertindo em cima, se há pessoas sofrendo embaixo e ao lado?
FRANCISCO GOMES MACHADO, Movimento Desmonte Minhocão
São Paulo
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,forum-dos-leitores,70002743850
https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao/