BAND – O QUE FAZER COM O MINHOCÃO?
14.05.22
Apresentador Marco Antonio: Olhar de Repórter está de volta. Sempre aos sábados, as 9 da manhã, aqui na Band, discutindo os temas da grande São Paulo.
Vamos falar de Minhocão agora. Elevado Costa e Silva. Já teve esse nome. Hoje se chama Elevado João Goulart. Mudou de nome durante a gestão do Prefeito Fernando Haddad. O importante é que todo mundo conhece como Minhocão.
Ele está no centro de um impasse. Aliás, não é de hoje.
A cidade de São Paulo volta a discutir qual é o futuro do Minhocão? Derruba? Vai ter um parque ali? O que que vai ser do Minhocão?
Repórter Fábio Behrend: Um gigante de cinquenta anos e 3 quilometros de extensão no centro de um impasse.
O tempo passa sem que a pergunta seja respondida. Afinal, o que fazer com o Minhocão? Erguido em 1971 como solução para o trânsito de uma metrópole em crescimento, o viaduto no coração da capital passou de obra útil para um estrutura indesejada por muitos paulistanos.
Francisco Machado – Movimento Desmonte Minhocão: A partir de uma visão moderna de arquitetura e de urbanismo, se constatou que viaduto não resolve problema de trânsito em lugar nenhum do mundo. Ele apenas transpõe um engarrafamento de um lugar para outro.
Repórter Fábio Behrend: A poluição é o principal argumento de quem é a favor da desativação do elevado. O ruído no entorno do elevado nos horários de maior movimento fica entre 69 e 76 decibéis. Acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A desativação do viaduto poderia reduzir pela metade essa percepção de barulho.
A qualidade do ar é outro problema: um estudo feito pela Laboratório de poluição atmosférica da USP revelou que a poluição é 79% maior do que a média na cidade de São Paulo.
O Plano Diretor de 2016 estabelece que a Prefeitura que tem que decidir o que será feito com o Minhocão.
São três alternativas possíveis.
A primeira é deixar tudo como está. Ou seja, o Minhocão aberto ao trânsito de veículos, de segunda a sexta, das 7 da manhã às 8 da noite. E a partir daí, fechado aos finais de semana.
A segunda alternativa é desmontá-lo, para que as avenidas Amaral Gurgel e São João voltem a ser como eram antes dos anos de 1970.
A terceira alternativa é transformar o Minhocão num parque.
Vários projetos já foram apresentados nos últimos anos, com diferentes propostas de arquitetura e urbanismo, seja com jardins suspensos, e até mesmo um túnel verde, para tornar mais agradável o passeio dos visitantes.
O parque teria oito acessos. Cinco pelas avenidas General Olímpio da Silveira e São João. E outros três pela Amaral Gurgel. As pessoas chegariam até o parque por escadarias. Ou passagens que interligariam o viaduto a prédios vizinhos.
Felipe Morozini – Associação Parque Minhocão: Na prática, se você demole isso aqui, você vai aumentar as faixas para os carros.
Então entre ter uma bela avenida e a possibilidade de um parque , eu acho que tem muita gente que prefere o parque.
Repórter Fábio Behrend: O projeto para destivar o viaduto já leva um conta os impactos para o trânsito, que prevê uma série de medidas para reduzir os problemas de congestionamento.
De acordo com a Prefeitura, com a sinalização adequada e a redistribuição dos veículos, os transtornos nos arredores não seriam tão grandes. A velocidade média cairia de 22,7 para 20,9 quilometros por hora. O tempo médio usados pelos automóveis aumenta somente 2% no pico da manhã.
Os defensores da retirada do elevado também tem bons argumentos. Um deles é a falta de segurança devido aos assaltos na parte debaixo e o risco de acidentes na parte de cima. Para eles, o elevado tabém não serve como área de lazer, pelos distúrbios que causariam a aglomeração em eventos e os riscos decorrentes da falta de rotas de fuga.
Francisco Machado – Movimento Desmonte Minhocão: A 8 metros de altura, o Corpo de Bombeiros já deu um Laudo taxativamente dizendo que não pode ser feito parque em cima do Minhocão. Teriam tantas exigências que seria inexequível fazer um parque em cima do Minhocão. Perigosissimo.
Repórter Fábio Behrend: Sem o Minhocão, a região ficaria assim: avenidas largas e arborizadas. Para desmontar o Minhocão ou criar um parque, os custos seriam altos. Esse urbanista acredita que desmontá-lo seria a melhor alternativa.
Apresentador Marco Antonio: É curioso como algumas discussões em São Paulo levam um tempo para amadurecer.
A questão do Minhocão não é de hoje que vem sendo tratada. Na última gestão, do Prefeito Bruno Covas, ela chegou a ser decidida.
O Prefeito anunciou ali um parque num dos trechos do Minhocão. O que acabou não acontecendo. São essas imagens que voces viram aí, do projeto do parque no Minhocão.
Mas agora, ao que parece, São Paulo vai caminhar para uma decisão. Que se leve em consideração todas essas informações colocadas pelos urbanistas, por aqueles que defendem , e os que são contra o parque”.
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