BRASIL POST: “Quem está discutindo o futuro do Minhocão?”

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Cecília do Lago

Cecília do Lago

Jornalista, pesquisadora e editora do portal Arquitetura e Urbanismo para Todos. Escreve sobre cidades,  dados abertos e direitos humanos.

Para além do Fla x Flu:                                 

quem está discutindo                                      

o futuro do Minhocão?

Publicado: 18/08/2015

          O Novo Plano Diretor de São Paulo, que orientará o desenvolvimento da cidade nos próximos 15 anos, deu gás à discussão pública sobre o futuro do elevado Costa e Silva, o Minhocão. No plano está prevista a desativação definitiva do elevado, criado nos anos 70 como via rápida entre a Zona Leste e a Zona Oeste da cidade.

          A sociedade civil já se mobiliza fortemente em torno de propostas que disputam espaço na inevitável decisão que se aproxima: o que fazer com o Minhocão?

          Três grupos se destacam: “Movimento Desmonte Minhocão”, “Associação Parque Minhocão” e “SP sem Minhocão”.

          Dentre moradores, apreciadores do elevado fechado para lazer, artistas e frequentadores, tem se destacado a posição polarizada entre a adaptação da estrutura em um parque linear elevado (veja exemplos abaixo) ou o desmonte completo da via expressa.

          Segundo o jornal Folha de S. Paulo, 56% dos paulistanos defendem a manutenção da via para os carros, mas essa proposta está fora de cogitação, devido à decisão da Câmara Municipal ao aprovar o Plano Diretor.

          O Arquitetura para Todos, portal do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, convidou um membro ativo de cada um dos três grupos articulados da sociedade civil para que se posicionem:

SP sem Minhocão

          Rejeitam o binarismo da discussão e trazem outros elementos ao debate, como a articulação com o Centro inteiro, não somente com os bairros adjacentes.

          O grupo “SP sem Minhocão!” surgiu do encontro de pessoas que, em comum, tem o hábito de acompanhar as discussões ocorridas sobre o futuro da cidade na Câmara de Vereadores e no Executivo.

          O projeto: ampliar os mecanismos de participação direta do cidadão nesta discussão. Não aceitar correntes organizadas que continuem se apresentando como representantes de “todos”. Buscar, através da discussão, do diálogo, das vozes qualificadas ou não, um interesse maior.

          Gerar mecanismos participativos amplos, criar uma cidade realmente democrática e inclusiva. Pensar a cidade de uma forma generosa. A razão da nossa insistência neste tipo de projeto é clara: Quem está satisfeito com a cidade que temos?

          A cidade que queremos é o resultado da escuta mútua, da quebra de paradigmas e da repetição de erros resultantes de um modelo segregado. É garantir que cada um de nós constrói, participa e faz parte do lugar onde vive.

          por Gilberto de Carvalho, engenheiro civil, 64 anos, morador do Jardim Paulista

 

Movimento Desmonte do Minhocão

          Representam os moradores do entorno. Rejeitam o parque e defendem o desmonte completo do elevado.

          Fundado há exatamente um ano – agosto de 2014 – foi constituído pela união de associações, líderes comunitários, amigos e moradores que residem e/ou trabalham ao longo ou no entorno do Elevado Presidente Arthur da Costa e Silva, de três quilômetros e quatrocentos metros de extensão, com população estimada em 230 mil moradores, que unidos, pedem às autoridades o DESMONTE desta construção, já que o Plano de Diretor, aprovado para o Município de São Paulo, em relação ao Minhocão coloca as opções: sobre ele fazer um parque ou desmontá-lo.

          Nosso movimento foi criado visando melhorar a qualidade vida das pessoas que moram, trabalham ou passam pelo local, pois somos afetados diretamente pelos graves problemas das poluições – atmosférica, sonora e visual -, de saúde e de segurança.

          Somos um movimento de caráter ordeiro, pacífico, apolítico e sem fins lucrativos, cuja finalidade é obter das autoridades o desmonte do elevado e ao longo de seu traçado, construir avenida belamente arborizada, florida, iluminada, interligando o primoroso Parque da Água Branca ao futuro Parque Augusta, que constitua novo cartão postal da cidade, reurbanizando a região e revitalizando o comércio.

          por Francisco Machado, síndico, 53 anos e morador de Santa Cecília  

Associação Parque do Minhocão

          Defendem a criação de um parque elevado. Não possuem proposta de como deverá ser o parque.

          A Associação Parque Minhocão não tem e nem pretende ter projeto arquitetônico próprio.

          Defendemos que, no momento oportuno, seja realizado um concurso público, coordenado pela prefeitura e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil, após consulta dos moradores e freqüentadores do espaço quanto ao programa arquitetônico e de uso do parque.

por Athos Comolatti, empresário, 62 anos, mora nos Jardins

          A série de documentários Arquiteturas dedicou um de seus episódios à polêmica do Minhocão.

          Em seu site, a série divulga material extra. Arquiteturas estreia em setembro, no canal SescTV.

http://www.brasilpost.com.br/cecilia-do-lago/grupos-minhocao_b_7998478.html

 

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