Diretor do MDM concede entrevista a universitários da Anhembi Morumbi

 

Times Square mantém

área exclusiva  para pedestres

 VEJA – BLOG Mariana Barros  –  05/10/2015 

       (…) Em São Paulo, o Minhocão (…) o viaduto foi inaugurado em 1971 para ligar as zonas oeste e leste.

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       Em vários trechos, fica a poucos metros de distância de centenas de apartamentos residenciais diariamente atormendados pelo barulho e poluição dos carros que passam por ali. 

       Por causa disso, o tráfego foi gradualmente restringido. Primeiro, a partir das 21h30. Depois, aos domingos. Neste ano, também a partir das 15h dos sábados. (…) 

 

COMENTÁRIOS          

Francisco Gomes Machado        

19 de outubro de 2015       

     Em primeiro lugar , uma palavra para os que ainda não tiveram possibilidade de conhecer  o  MDM – Movimento Desmonte do Minhocão.       

     Em entrevista a universitários da Anhembi Morumbi, tive oportunidade, como morador e Diretor de Assuntos Sociais do CONSEG – Conselho de Segurança – Santa Cecília de esclarecer a problemática a respeito do elevado e os problemas por ele gerados. Sugiro que a colunista entre nos links abaixo para se informar melhor e atualizar os dados a respeito.       

     Somos sim a favor de parque, e não só de um , mas de vários parque nesta selva de pedra. Mas não parque sobre o Minhocão, pois o local é inapropriado e equivalente a construir creche sobre aterro sanitário.      Do que trata o MDM ? É um movimento pacífico, ordeiro, apolítico e apartidário, que reúne inúmeros moradores e lideranças comunitárias da região. O atual Plano Diretor do Município de São Paulo acendeu como que uma luz no fim de um túnel escuro, quando acenou para a possibilidade de Desmonte do Elevado Costa e Silva – Minhocão.      

     Há quarenta e cinco anos, que ao longo de seus três quilômetros e meio, o Minhocão degradou essa parte da região central, transformando-a em área insalubre, haja visto que há quatro décadas, sob suas pistas, não entra um raio de sol!       

     Com razão, urbanistas e experts na matéria o qualificam como uma “cicatriz” no rosto de São Paulo.      

     O Minhocão é um elevado construído  no meio de prédios residenciais!

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     É uma aberração urbanística, imposta à população, sem nenhum estudo de impactos sobre os milhares de moradores, que terminaram sendo vítimas de toda espécie de poluições atmosférica, visual, sonora etc. O que causa sérios problemas de saúde, conforme está informado por especialistas em nosso Blog/FaceBook.

     Apenas um exemplo. O jornal O GLOBO, em sua edição de 25/3/2015 noticia: “Poluição pode aumentar número de AVCs e potencializar a ansiedade, dizem estudos”. “Pesquisas revelam que o efeito da contaminação do ar pode ir além das doenças respiratórias”.      

     A pesquisa publicada no “British Medical Journal” revela a relação entre poluição e AVC. O trabalho comprovou que a exposição ao monóxido de carbono, ejetado pelos escapamentos dos carros , aumenta o número de mortes por esta causa.  O mesmo estudo médico informa que pessoas que moram perto de rodovias, distante de 50 a 200 metros, eram mais propensas a apresentar os problemas de saúde apontados.      

     Ora, os moradores que vivem na frente das pistas do Minhocão, ao longo de seus três quilômetros e meio de extensão, tem seus apartamentos a apenas pouco mais de 5 metros do elevado!      Pode-se calcular o impacto impressionante sobre a saúde deles!

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     O Promotor do Ministério Público, Dr. Marcos Barreto declarou na sessão do I Forum sobre o Minhocão , realizado na Câmara Municipal de São Paulo, que visitou pessoalmente o local por onde passa o elevado e qualificou a situação dos milhares de moradores que vivem ao longo e no entorno do Minhocão como “dramática”!      

     Ou seja, é urgente o Desmonte do Minhocão em sua totalidade e se possível, já !      

     Ele é um problema de saúde pública!  

     O Desmonte do Minhocão é altamente benéfico para os mais de duzentos de trinta mil moradores-eleitores que habitam ao longo e no seu entorno, bem como para a cidade.  

  1. Quanto tempo levaria para desmontá-lo? E para concluir todo o projeto?

     Essa seria um pergunta a ser feita aos engenheiros, urbanistas e arquitetos, que voluntariamente fazem parte de equipe técnica, como por exemplo, Dr. Lúcio Gomes Machado, Dra. Anne Marie Somer entre outros.      

     O Desmonte do Minhocão é menos complicado do que parece, haja visto que ele foi montado e suas partes podem ser desmontadas e reutilizadas em outros locais, como pontilhões sobre córregos nas periferias etc, com boa economia para os cofres públicos.      Veja o que aconteceu no Rio.

     Os cariocas parece que foram mais ágeis, pois demoliram a Perimetral em tempo recorde e hoje podemos ver algumas áreas já com calçadão, árvores e a belíssima vista da Baia de Guanabara.

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     Ou seja, no lugar do monstrengo do elevado da Perimetral, os cariocas fizeram mais um cartão postal da Cidade Maravilhosa.

 

  1. Qual é a sua visão a respeito da interdição do Minhocão para a implantação de um parque?

     Quem em são consciência seria contra um parque?      Quem não aprova a idéia de passear sob a sombra acolhedora e amena de árvores, sentindo o perfume das flores e o relaxante canto dos pássaros?      

     Nós do MDM – Movimento Desmonte do Minhocão – somos os primeiros a aprovar a idéia de mais um parque na cidade de São Paulo.      

     Digo mais: desejamos não só um, mas vários parques para nossa cidade, espécie de selva de pedra, concreto e asfalto.      

     Só não podemos aprovar a idéia de “parque” sobre o Minhocão, por ser o local mais inapropriado e inconveniente que se possa imaginar.      

     Porque razão? Devido ao fato de estar construído no meio de prédios residenciais, com altos índices de concentração de poluição atmosférica – apenas para dar um exemplo – onde segundo a CET, passam por dia, oitenta mil veículos ejetando de seus escapamentos gases tóxicos e altamente nocivos para a saúde humana.

     Quem em são consciência construiria uma creche, uma escola ou um hospital sobre um aterro sanitário, uma área insalubre etc?       

     A mesma pergunta não se pode fazer em relação a “parque” sobre o Minhocão?      

     Moradores relatam que em espaços curtos de tempo são obrigados a mandar lavar as cortinas de suas salas, quartos etc, pois vão ficando escuras e pretas. E isso apesar de manterem as janelas fechadas.      

     E os moradores questionam: as cortinas podemos mandar lavar. Mas e nossos pulmões? Dá para mandar lavar nossos pulmões por dentro? Como fica nossa saúde? Quem se responsabiliza por isso? Onde está a consciência humanitária? Não se sente compaixão pela situação em que vivem estas milhares de pessoas?      

     O direito à saúde e à vida não é um direito constitucional, anterior ao direito de ter um lugar de lazer, que aliás pode ser em qualquer outro lugar?      

     Aproveito para esclarecer um sofisma usado por quem propõe o “parque” sobre o Minhocão.      

     Falam que a população já tomou conta do Minhocão e que portanto já seria um “parque” (sic!). É uma falácia que se responde facilmente.      

     Em São Paulo, com carência de opções de lazer, em qualquer rua que se feche – por exemplo, diante da Câmara dos Vereadores – nos finais de semana, o que ocorrerá?      Evidentemente que as pessoas irão ali andar, se distender etc. A conclusão disso é que a população tomou conta das pistas em frente a Câmara e ali tem que ser feito um “parque”?

     A Prefeitura está fechando a Paulista para carros aos domingos. Com isso pode-se dizer que a Paulista já é também um “parque”? Vamos ser adultos e com os pés no chão.

 

  1. Por que essa necessidade de extinguir a maior cicatriz urbana da cidade e qual seria o impacto acarretado para a cidade?

     Pelas razões explicadas anteriormente. De dia os milhares de moradores ficam de janelas e cortinas fechadas pelo trânsito de milhares de veículos passando a poucos metros de seus apartamentos.      

     A ex-Prefeita Erundina assinou decreto que fecha o Minhocão às 21 horas, para os moradores terem sossego e finalmente poderem abrir suas janelas e cortinas. Entretanto, o que acontece? Sem nenhuma fiscalização e/ou policiamento, pessoas sobem de noite no Minhocão, seja para passear, seja para outras finalidades não elogiáveis. Jogam pedras e outras coisas nas janelas e nas pessoas que passam nas calçadas embaixo. Já chegaram a jogar uma tampa de bueiro sobre um carro estacionado embaixo. Graças a Deus não havia ninguém dentro, pois caso contrário poderia ter sido morto.  

     Assim os milhares de moradores ficam na seguinte situação: de dia, tem de trancar cortinas e janelas devido a poluição atmosférica e sonora dos carros.    De noite, tem de manter fechadas cortinas e janelas, pois muitas pessoas que transitam nas pistas do Minhocão ficam olhando para dentro dos apartamentos, vendo os moradores saindo ou entrando nos banheiros, quartos etc. Ou seja, como observa um morador, ele se sente como que o carcereiro de sua própria família!      

     Você poderá me perguntar: mas fazendo um “parque” sobre o Minhocão não resolveria o problema das poluições? Pelo contrário.  Os carros sendo proibidos de passarem por cima do Minhocão, virão transitar por baixo. O trânsito ficará mais pesado, diminuirá a velocidade dos veículos e portanto ficarão mais tempo sob o Minhocão e mais poluentes dos escapamentos serão ejetados.

     Com uma agravante: as pistas do Minhocão funcionam como que tampas de panela, que não permite que os gases poluentes dos carros se dispersem pela atmosfera, aumentando ainda mais sua concentração e invadindo apartamentos e comércios de maneira mais intensa.

  1. Como solucionar a problemática do fluxo de veículos que ali passam diariamente?

     Dentre as várias atividades, recentemente a Diretoria do MDM foi recebida em audiência no Gabinete do Vereador Ari Friedenbach.

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       Convidamos a estar presente o Dr. Vicente Petrocelli, Gerente de Planejamento Viário – CET/DPO e sua equipe, que expuseram projetos já prontos, de solução viária, para o caso do Desmonte do Minhocão, como por exemplo o Projeto Água Branca.      

     Quando o Minhocão foi construído há mais de quarenta anos atrás, a cidade de São Paulo não tinha todas as pistas das Marginais e outras vias de tráfego.        Dr. Petrocelli e sua equipe consideram com tranquilidade a possibilidade da desativação do Minhocão e estudo técnico da CET divulgado também na mídia, afirma que o Elevado Costa e Silva – Minhocão não é mais necessário ao viário.

  1. Você acredita que o Elevado seja vitima de um mau planejamento viário?

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     Faço minha as palavras do então candidato à Prefeitura de São Paulo, Sr. Fernando Haddad, que em debate no SBT, ao responder ao entrevistador Carlos Nascimento, sobre o affaire Minhocão, afirmou:

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     – “”O Minhocão não deveria nem ter sido construído. Solução equivocada para o problema de mobilidade”.

  1. O possível fechamento ou derrubada do Elevado poderia significar que tipos de melhorias para a região?

     É só passar sob as pistas do Minhocão para além de ver uma área degradada, insalubre, notar as inúmeras placas de “Mudou-se”, “Vende-se”, “Passo o ponto” etc.

 Com o Desmonte do Minhocão, teríamos uma revitalização e reurbanização da região. Propomos bela, arborizada e ajardinada avenida, que seja um cartão postal de nossa cidade, onde hoje temos uma “cicatriz” em seu rosto.      

     Os próprios comerciantes tomariam a si a manutenção das áreas ajardinadas em frente de suas lojas, pois seria um cartão das mesmas.      

     O comércio se revitalizaria e seria mais uma fonte de renda para a Prefeitura, com mais coleta de ISS e outros impostos.      

     Ou seja: o Desmonte do Minhocão só traria benefícios para todos, reutilização de suas partes em outros locais , economia e inclusive fonte de renda para a Prefeitura com aumento da arrecadação de tributos na região.     

     Na hipótese de “parque” , este só seria fonte de gastos fabulosos para o poder público, não só para sua instalação, como para sua manutenção.      

     Se não se consegue cuidar das árvores já existentes na cidade, a ponto que nos últimos seis meses, caíram mais de duas mil, inclusive causando mortes, imagine você fazer e manter mais um “parque” e sobre o Minhocão com seus três quilômetros e meio de extensão.

     O alegado High Line nos Estados Unidos – que diga-se de passagem era uma via férrea desativada e que não passava entre prédios residenciais – “até agora custou cerca de U$ 240 milhões” de dólares (O Estado de São Paulo, 14/9/14).     

     Pense no valor do dólar atualmente e se chegará a conclusão que o tal despropositado “parque” sobre o Minhocão passará da astronômica cifra de um bilhão de reais.       

      Para cálculos objetivos, é bom lembrar que o High Line tem a metade da extensão do Minhocão e sua pista é muito mais estreita. O Minhocão de largura tem 17 metros e 3 quilometros e quatrocentos metros de extensão.      

     Será razoável gastar uma fortuna nisso , numa cidade com a alta carência de creches, postos de saúde, CÉUS , moradias etc?      

     Outro benefício do Desmonte do Minhocão: teriamos a redescoberta de prédios históricos que marcaram a história de nossa cidade, hoje cobertos com mantos negros de décadas de fuligem da poluição.      

     Com o Desmonte do Minhocão, finalmente os milhares de moradores-eleitores poderiam abrir suas cortinas e janelas e respirarem ar puro, vendo as árvores e flores da futura avenida.

  1. O Elevado é palco de diversas manifestações culturais. Com a sua derrubada, como essa questão poderia ser solucionada?

     Há várias opções que a Prefeitura pode escolher, como por exemplo o Anhangabau ou o fantástico Parque Ulysses Guimarães, no Parque Dom Pedro, que a Subprefeitura-Sé está terminando de reformar, amplamente arborizado, toiletes, pistas de skate, campinho de futebol, a apenas uns duzentos metros da Praça da Sé, ao lado de estação  Dom Pedro do Metrô e Terminal de ônibus etc.      

     Porque necessariamente tem de ser feito eventos no Minhocão,  na frente das janelas de milhares de moradores?       

     Temos inclusive aqui na região três hospitais: Santa Cecília, Santa Casa e Santa Isabel, que não comporta certos tipos de eventos ruidosos , pelas razões óbvias.        É bom lembrar também que pelo menos três praças centrais – Bandeira, Princesa Isabel e Amaral Gurgel – são ocupadas por empresas de ônibus, que na prática são garagens.  Ônibus não foi feito para circular?     Porque não colocar os ônibus para circularem e retomarmos nossas praças e fazermos ali belos parques?

  1. O que o Elevado Costa e Silva – Minhocão – representa hoje para você?

     Um pesadelo, um tormento, pior: uma constante ameaça à nossa saúde, de nossas crianças e de nossos idosos.       

     E querem perpetuar esse suplício?      

     Por isso, fazemos nosso o slogan lançado pelo Dr. Prof. Valter Caldana, Diretor da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie: DESMONTE DO MINHOCÃO, JÁ! http://desmonteminhocao.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao?fref=ts http://veja.abril.com.br/blog/cidades-sem-fronteiras/gestao/times-square-mantem-area-exclusiva-para-pedestres-e-indica-caminho-ao-parque-minhocao-em-sp/ ___________________________________________________ az7 Sandro Bezerra      O minhocão é um “câncer”.       Quem passa lá em cima nos seus luxuosos automóveis não imaginam a tristeza e violência que rola lá embaixo! https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao/posts/1701492296804104?comment_id=1701496766803657&offset=0&total_comments=1 ________________________________________________________________           

     Dr. Marcos Lúcio Barreto, Promotor de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público:          

     – “Eu estou me posicionando dessa maneira contrária (a idéia de se fazer “parque” sobre o Minhocão), porque eu não posso imaginar que pessoas se divirtam, se deleitem com um “parque”, enquanto outras estão sendo sacrificadas!           

     Isso contraria qualquer princípio humanístico”.  ________________________________________________________________

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