MDM INFORMA
Dra. Yara Góes, Diretora do MDM com o Prefeito João Doria
MDM INFORMA – A associação “parque” Minhocão, na pessoa de seu presidente, sr. Athos Comolatti, enviou ao MDM – Movimento Desmonte Minhocão – convite para o que chama de “audiência”, que ele está convocando para o próximo domingo, 08/10/17. Segue a resposta enviada pelo MDM à associação “parque” Minhocão ao convite da chamada audiência, que não é audiência e sim uma reunião do “parque”.
Atenciosamente,
Yara Goes
Diretora do MDM – Movimento Desmonte Minhocão Presidente da Ação Local Amaral Gurgel da Viva o Centro
06/10/2017
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Diretora do MDM responde a convite
from: Yara Goes
Sent: Friday, October 06, 2017 12:21 PM
To: parque Minhocão
Re: Convite para o MDM
Prezado Athos Comolatti
Presidente da associação “parque” Minhocão
Acuso recebimento de seu convite , para o que fala ser “audiência pública”, no dia 08/10/2017, convocada por sua associação, na quadra da escola de samba filhos da santa, a respeito do pretenso “parque” sobre a estrutura do Minhocão ( PL10/14), passando no meio de prédios residenciais, o que é considerado “atentatório à saúde e segurança pública”, devido a todos os graves e conhecidos problemas que ele provoca.
Lembro que o referido PL ainda deve ser submetido a uma segunda votação, posteriormente veto ou aprovação do Sr. Prefeito João Doria e o que vocês estão chamando de audiência pública é uma reunião do parque Minhocão, não é uma audiência pública, pois a mesma, para ter legalidade, deve ser convocada pela autoridade legítima, ou seja, o Sr. Prefeito Regional da Sé, o Sr. Eduardo Odloack, em data, local e horário a ser divulgado e para a qual certamente contará com nossa presença, para tratarmos dos horários de funcionamento do elevado João Goulart .
Gostaria de citar também que o local para uma audiência pública não deve ser em praças, na rua, sobre o Minhocão, em frente à Hospitais por serem inadequados . O local para uma audiência pública deve ser neutro, ter segurança para aqueles que participam com opiniões divergentes, e locais abertos não propiciam segurança aos participantes.
O MDM aguarda a audiência pública oficial e legítima a ser marcada pelo Sr. Eduardo Odloack , Prefeito Regional da Sé que está tomando as devidas providências para a sua realização e que informará a todos nós posteriormente a data e o local da audiência para discutir este assunto.
Cordialmente,
Yara Goes
Diretora do MDM – Movimento Desmonte Minhocão
Presidente da Ação Local Amaral Gurgel
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Arquiteto Dr. Douglas Piccolo afirma na Internet:
Minhocão!!! Demolição Já!
MINHOCÃO !!!
DEMOLIÇÃO JÁ !!!!
FOI CONSTRUÍDO SEM NENHUM RESPEITO A CIDADE CONSOLIDADA COM SEUS CHEIOS E VAZIOS DE GRANDE VALOR, DESTRUINDO SUA HISTÓRIA !!!!!
VAMOS RECUPERAR O QUE FOI PERDIDO !!!!
DEMOLIÇÃO JÁ !!!!
NADA DE PALIATIVOS !!!!
DEMOLIÇÃO JÁ !!!
https://www.facebook.com/douglas.piccolo
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Roberto Laranjeira,
morador em frente o Minhocão envia relato e fotos
de mais um ato de vandalismo
“Na madrugada do último dia primeiro a vidraça do quarto de Dona Deolina foi estilhaçada por um coco verde. Vizinhos ouviram o barulho mas na hora não entenderam o que poderia ter acontecido.
Por sorte ela costuma passar o final de semana na casa dos filhos, imagine o susto em ser acordada nesta situação.
Como coibir vandalismos em cima do viaduto quando fechado ao trânsito? A quem cobrar providências?” Roberto Laranjeira
Comentários
Claudia Sena Trivella Acho que os moradores deveriam ter paz , no mínimo fim de semana .
Yara Goes Roberto, não tem como ter segurança neste nível, a não ser que fizessem uma fileira de GCMs ao longo do Minhocão.
Tem uma garotada que vai se divertir com estilingue lá em cima, acertando e quebrando vidros. Isto é uma agressão para as pessoas que moram. Tenho certeza que o pessoal que quer o parque também não concorda com isto, mas o vandalismo é impressionante nesta cidade, querem destruir tudo. O cara que jogou a tampa de um bueiro lá de cima do Minhocão, para baixo é o que ? Ele deveria imaginar que poderia matar alguém. Jogaram em cima de um carro parado. São coisas que só quem está ali para presenciar o problema é que vê e sente. Isto sem contar os assaltos aos apartamentos. Enquanto uns se divertem , outros tem que passar este horror. É justo ?
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Dra. Raquel Rolnik, Urbanista e Professora da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
comenta o Projeto Centro Novo
Projeto Centro Novo: mais do mesmo
ou blefe midiático da prefeitura de SP?
Publicado em 02/10/17 por raquelrolnik
Na última terça-feira (26), o prefeito João Doria convocou uma coletiva de imprensa para anunciar o projeto “Centro Novo”, um plano de intervenção para a região central de São Paulo elaborado pelo arquiteto Jaime Lerner contratado pelo SECOVI, sindicato do mercado imobiliário, e doado ao prefeito.
Em nota publicada no site da Secretaria Municipal de Comunicação, portanto sem riscos de qualquer distorção, Doria afirma que Prefeitura irá executar o projeto com a participação da iniciativa privada. No mesmo texto, a secretária municipal de urbanismo e licenciamento, Heloísa Proença, afirma que a proposta de Lerner dará “ao trabalho em desenvolvimento pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento a grandiosidade e a qualidade compatíveis com a importância histórica, simbólica e afetiva que a região tem para todos nós”.
No dia seguinte, no entanto, Proença e outros representantes da prefeitura estiveram no Ministério Público Estadual (MPE) em reunião solicitada pelo jurídico da Prefeitura ao MPE e afirmaram, de acordo com a ata desta reunião anexada ao inquérito, que o projeto apresentado era apenas uma ideia, que sequer foi analisado ou passou por qualquer desenvolvimento e que, portanto, não era algo que seria realmente executado.
A visita se inseriu no contexto de duas ações públicas em andamento no MP relativas à região da Luz em função do anúncio anterior de várias propostas de intervenção, o que exigiria a constituição de Conselhos Gestores nas Zonas Especiais de Interesse Social demarcadas nas áreas objeto de planos e projetos urbanísticos, como determina a legislação.
Para o MP, a prefeitura insiste que não existem projetos para a Luz, apenas a PPP Habitacional, que, além das quadras onde esta já está em construção, abrange mais dois quarteirões. Para a grande imprensa, o prefeito afirma que o projeto Centro Novo, que teria ações localizadas também na Luz, estará totalmente implementado em 8 anos.
A prefeitura mente. Anuncia obras que não serão feitas, mas que ajudam a construir a ideia de um prefeito realizador, suficiente para alavancar sua candidatura em 2018. De fato, a apresentação do projeto Centro Novo não passa de um conjunto de imagens ilustrativas.
Um projeto dessa magnitude exige não apenas – previamente – um modelo urbanístico detalhado, mas também modelos econômicos, financeiros e jurídicos que definam claramente a viabilidade do que se propõe.
Por exemplo, na coletiva de imprensa, se fala de um financiamento do BNDES para um Veículo Leve sobre Pneus. Quando o BNDES recebeu e aprovou esta proposta? Se fala de financiamento de intervenções via venda de potencial construtivo. Ora, a Operação Urbana Centro, desde os anos 1990 oferece potencial construtivo para vender e nunca conseguiu atrair interessados. Porque, evidentemente, a questão central do Centro está longe de ser a falta de potencial construtivo disponível.
Aquela região é repleta de pré-existências que precisam ser levadas em consideração como os bens tombados e suas áreas envoltórias, que muito provavelmente impediriam a construção de “torres icônicas”, como sugere a apresentação do Centro Novo, grandes prédios que superam o gabarito existente na região e que destoam completamente da paisagem do entorno.
Evidentemente nada disso foi considerado até agora. O lançamento do projeto não passou de mais uma ação midiática do prefeito, como várias que ele vem fazendo desde que assumiu o cargo.
O detalhe é que esse blefe tem impactos para além do aumento da popularidade ou número de links nas redes sociais de Doria. Em primeiro lugar, deixa os moradores e comerciantes daquela região, completamente ignorados durante o anúncio do suposto projeto, em situação de apreensão e vulnerabilidade. Segundo, alimenta a especulação no mercado de venda e locação de imóveis, já que o anúncio pode elevar preços ou travar negociações em curso.
Mas, ainda que não passe de uma ideia, é preciso ficar atento ao roteiro da ficção. A gestão Doria deixou claro acreditar que o desafio para a transformação que pretende para o centro seria atrair a classe média. Aliás, este tem sido o tom da chamada “revitalização” da área desde os anos 1990.
Como bem lembrou o urbanista Kazuo Nakano em entrevista à Folha, esse público já está chegando por lá. O problema do Centro hoje não é a falta de moradores, mas a melhora das vidas que lá habitam. E a recuperação do enorme e significativo patrimônio histórico remanescente. Para projetos deste tipo, cuja pergunta central é “como podemos reconstruir este lugar com novos produtos imobiliários?” bens tombados e moradores em situação de vulnerabilidade não passam de obstáculos.
Está mais do que na hora de invertermos este roteiro.
Também falei sobre esse assunto na minha coluna de quinta-feira (28), na Rádio USP.