No AR em 26/12/2017 – 12:35
Vereadores aprovaram o projeto de lei
que cria o parque Minhocão
Repórter São Paulo
Repórter Sarah Quines: Quando o barulho de buzinas , freadas e aceleração estão na frente de casa, aonde mora o sossego? São quase três quilômetros de concreto suspenso, que cruzam quatro bairros da região central e da zona oeste de São Paulo.
O Minhocão, como é conhecido o Elevado Presidente João Goulart é um velho conhecido da cidade. Inaugurado em 1970, ele causa polêmica desde essa época. Mais de 230 mil pessoas são afetadas por muito barulho e poluição.
Osvaldo Maria Oliveira, motorista: Incomoda. Muita gente debaixo do Minhocão. Barulho. À noite, drogado… pessoal faz muito barulho… não respeita… a Prefeitura fechou os portões, mas não adianta.
Repórter Sarah Quines: O Projeto de Lei aprovado pelos Vereadores e que agora depende apenas da sanção do Prefeito João Dória, pode mudar essa realidade. Ele transforma o elevado no “parque” Minhocão e desativa progressivamente a via para os carros. (…)
Questões como segurança e horários de funcionamento também deverão ser pensadas , caso o Projeto seja aprovado. Em agosto, o Ministério Público recomendou a instalação de grades de proteção e limite de acesso de pedestres , a pedido da associação de moradores . Segundo o MP, o fluxo de pessoas perturba o sossego e a privacidade de quem mora no entorno.
Os Promotores criticaram também o uso do Elevado por pedestres, que consideram as grades de proteção, que ficam nas laterais, muito baixas. Irene mora há quarenta anos em frente ao viaduto. Ela defende o Desmonte do Minhocão e reclama do movimento de pessoas durante a noite.
Irene Oliveira, moradora e empresária: Tenho muita dificuldade para dormir exatamente pela ocupação noturna.
SE for ocupado, que se tenha horário. Todos os parques de São Paulo tem horário para abrir e para fechar.
A grande maioria fecha entre 7 e 8 horas da noite, 19 e 20 horas. Então, o que nós moradores queremos que isso seja regrado.
Repórter Sarah Quines: Você já imaginou São Paulo sem isso aqui? Alguns urbanistas também defendem a demolição do viaduto. Para esse arquiteto, mesmo que transformado em “parque” , o viaduto continuará a trazer problemas.
José Borelli Neto, arquiteto e urbanista: Qualquer reaproveitamento do Minhocão, você vai manter … ele vai estar lá. Certo?
Poluição de automóvel. Poluição do ar. Problema da umidade que tem embaixo, que não bate sol. Tem goteira. Tem vazamento. Essa coisa toda.
Então, é um ambiente totalmente insalubre.
Qualquer coisa que você faça nele, você vai manter essas características de insalubridade, a dificuldade para as habitações que estão em volta do Minhocão.
Repórter Sarah Quines: Além da polêmica demolir o Minhocão ou transformá-lo em “parque”, o receio dos motoristas é que com a desativação do viaduto, piore o trânsito. Mas esse urbanista diz que afeta pouco o fluxo dos carros.
José Borelli Neto, arquiteto e urbanista : Tem uma série de estudos que dizem que esse impacto não seria importante do ponto de vista do tráfego da região.
Que esse tráfego poderia ser transferido para ruas paralelas, e eventualmente o remanejamento, é claro, você não pode simplesmente demolir o Minhocão.
É claro que isso precisa ter todo um estudo de tráfego. Mas, eu acho, com certeza, que isso seria possível de se contornar.