PROMOTOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO AFIRMA: “O MINHOCÃO NÃO É PARQUE”. SENDO VIÁRIO É VETADO OUTROS USOS, POIS O LOCAL NÃO TEM SEGURANÇA PARA PESSOAS E EVENTOS INCOMODAM OS MORADORES JÁ MALTRATADOS DIARIAMENTE PELAS POLUIÇÕES DOS CARROS.

Folha de São P

Leão Serva

Serva Leão

Ex-secretário de Redação da Folha, é jornalista, escritor e coautor de ‘Como Viver em SP sem Carro’. Escreve às segundas, quinzenalmente.

SÓ CARROS NO MINHOCÃO?

São Paulo, 2 de maio de 2016

      

      O Promotor Cesar Ricardo Martins emitiu no dia 25 de abril um documento crítico ao uso do Minhocão para qualquer finalidade que não seja o trânsito dos automóveis.       

 

       Ao abrir um inquérito sobre o uso do elevado para  atividades da Virada Cultural (21 e 22 de maio), o Promotor recomenda que a prefeitura “impeça o tráfego ou permanência de pessoas” durante as horas de fechamento da via para os automóveis -nas noites durante a semana e nos fins de semana, a partir da tarde de sábado.       

 

        É mais um elemento na polêmica sobre o destino do Minhocão quando for definitivamente fechado ao trânsito, se deve ser derrubado ou transformado em parque elevado.       

 

         O Promotor de Habitação e Urbanismo atendeu representação de Conselhos de Segurança (Conseg) de áreas afetadas pelo Minhocão (Consolação, Higienópolis, Pacaembu, Barra Funda, Campos Elíseos, República e Bela Vista).       

 

          Essas entidades querem a desativação do Elevado para o trânsito mas são contrárias à campanha da Associação Parque Minhocão, que defende a criação de jardim suspenso, e à decisão da prefeitura de sancionar lei do vereador Police Neto, que deu ao Minhocão status semelhante ao de parque.        

 

           Para pedir a proibição da realização de eventos como a Virada Cultural no elevado, o Promotor se baseia no argumento de que o local não oferece segurança a multidões e que os eventos incomodam os vizinhos, já maltratados diariamente pelo barulho dos automóveis.       

 

       O texto, no entanto, ampliou o escopo da reclamação dos Consegs, ao pedir a proibição inclusive de passeios a noite e nos fins de semana, hoje uma opção de lazer para milhares de pessoas.       

 

         Para evitar uma guerra prolongada de fricção entre associações, prefeitura, Câmara Municipal e Ministério Público, é conveniente que o Executivo e o Legislativo paulistanos aproveitem a polêmica para abreviar o prazo previsto para o fechamento definitivo da via ao trânsito e apressar a discussão com a comunidade sobre o que fazer do Minhocão.

 

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